seg, 23 dezembro 2024

Fim de Semana de Clássicos | Shrek (2001)

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Talvez a obra mais importante da história da DreamWorks, um verdadeiro divisor de águas das animações ocidentais. Fugindo daquele padrão imposto pela Disney, o estúdio conseguiu a atenção necessária e se tornou uma nova concorrente moderna, com propostas mais ousadas e diferentes. Tudo isso premiado com o primeiro Oscar de Animação, Shrek se tornou um marco na cultura pop, e incrivelmente  continua relevante até hoje.

Era uma vez um pântano distante, onde vivia um ogro chamado Shrek. De repente, seu sossego é interrompido pela invasão de personagens de contos de fadas que foram banidos de seu reino pelo maldoso Lorde Farquaad. Determinado a salvar o lar das pobres criaturas, e também o dele, Shrek faz um acordo com Farquaad e parte para resgatar a princesa Fiona. Resgatar a princesa pode não ser nada comparado com seu segredo profundo e sombrio.

Surpreendentemente seu protagonista é logo apresentado: um Ogro, verde, feio e nojento. Seus bizarros hábitos, desde tomar banho com lama até comer lesmas, ratos e etc… Esse será o nosso herói até o final do filme. A escolha de ser uma paródia dos contos de fadas é genial, satirizando os clichês conhecidos de Walt Disney(que anos depois faria o mesmo com seus filmes), quase todo mundo está aqui: branca de neve e os sete anões, Pinóquio e Gepeto, Lobo mau, e assim continua. Os diretores Andrew Adamson e Vicky Jenson não poupam piadas aqui, satirizam desde as famosas canções, a quebra do padrão da princesa em perigo (cena genial referenciando Matrix), e também existe um espaço considerável para piadas de cunho adulto(acredite!), algumas apenas possível de se compreender sendo mais velho. Essa animação possui o feito de tranquilamente agradar tanto crianças como adultos.

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Dreamwork/divulgação

Shrek apresentou para um diferencial técnico para a época , o Fluid Animation System, que permite criar texturas totalmente inéditas para seu ano de lançamento. Outro exemplo é a ferramenta capaz de criar ossos, musculatura, etc. Uma tendência que Shrek acompanhou de Toy Story (1995) foi o uso de atores famosos para emprestar suas vozes aos personagens. Mike Myers deu vida ao gigante ogro, um contraponto aliás, devido a pequena estatura do ator. O Burro foi interpretado por Eddie Murphy, que curiosamente apresenta as características e trejeitos ligados a um cachorro, desde o jeito que dorme, até seu modo de caminhar. A princesa Fiona é dublada por Cameron diaz, praticamente em seu auge de carreira, e o pequeno vilão Lorde Farquaad, vivido por John Lightgow. Vale destacar a belíssima dublagem em PT-BR, que provavelmente está na memória de todos, seja visto no cinema, ou posteriormente em DVD. Trabalho excelente do Humorista Bussunda, que tinha bastante destaque na televisão da época. A dublagem nacional consegue ser uma baita memória afetiva, se tornando preferência das pessoas nas constantes revisitadas.

Lógico que Shrek se consagra por ser um ponto fora da curva nas animações ocidentais da época. Se destaca por ser uma ótima comédia, e ainda trazer uma cutucada para sua concorrente, a Disney. Seu prêmio de animação foi mais que merecido, ele se tornou parte da cultura pop, e constantemente referenciado por memes ou brincadeiras no gênero. Shrek possui uma moral da história (as coisas são mais do que aparentam) muito conhecida nas antigas animações, mas o recheio apresentado aqui é de outro nível. Enquanto a Pixar apresentava lições de vida importante, a DreamWorks investia num tom mais irônico e sátiro, consagrando a franquia no cinema.

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