ter, 3 dezembro 2024

Resenha | Os últimos dias de Krypton

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Título: Os Últimos dias de Krypton
Autor: Kevin J Anderson
Tradução: Heitor Pitombo
Editora: Casa da Palavra
Ano: 2013
Especificações: Brochura | 464 páginas

Sinopse: Antes do Apocalipse – que fez o bebê conhecido mais tarde como Clark Kent ser enviado à Terra – Krypton prosperava. Na cidade de Kandor o cientista Jor-El e a historiadora Lara casaram-se e tiveram Kal-El o único que sobreviveria ao fim do mundo. Tudo era harmonia e perfeição numa civilização com baixíssimo índice criminal quando um alienígena invade o planeta e provoca uma tragédia irremediável para os kryptonianos. É a grande chance do diabólico General Zod tomar o poder e implantar uma ditadura que usará da invenção tecnológica de Jor-El para subjugar a todos. E em meio a tudo isso uma tragédia fatal se aproxima – um destino catastrófico profetizado por Jor-El que mudaria a história kryptoniana para sempre.

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Sobre os Últimos dias de Krypton

A história narra, na verdade, o último ano de Krypton (mais ou menos) e não exatamente os “últimos dias”. Para se ter uma ideia, os pais do Super Homem sequer se conhecem, isso acontece ao longo dos primeiros capítulos.

Kevin J. Anderson remontou uma possível cadeia de acontecimentos que teoricamente foram determinantes para a extinção do planeta. Desde o primeiro capítulo acompanhamos Jor-El e sua luta para fazer o Poderoso Conselho de Krypton se abrir para tecnologias, explorar o universo e aceitar as suas advertências quanto ao risco de uma catástrofe.

O conservadorismo exagerado do conselho e um acontecimento inesperado provoca mudanças muito significativas, disputas de poder, mais negação da ciência e no fim, o erro master que dá fim ao planeta.

O autor descreve bem alguns personagens, conhecemos assim o Pai de Jor-El, a mãe e o irmão, Zor-El. Os três homens da família são cientistas brilhantes. O Coronel Zod, Arthyr e Nan-Ek também são bem retratados, assim como alguns outros membros do conselho. E para os fãs de Liga da Justiça e quadrinhos, saibam que até o marciano J’onn J’onzz tem uma pontinha nessa história.

Nos últimos capítulos também são mostradas algumas referências ao julgamento que aparece no filme, e aquela prisão (o espelho bacaninha que vem a se quebrar anos mais tarde quando o Superman tenta salvar a Terra e causa mais problemas ainda). O destino dessa prisão e alguns desses acontecimentos finais são um tanto diferentes no livro, mas estão lá.

Kal-El (o Super Homem) nasce nos últimos dias de Krypton. E são nesses capítulos finais que conhecemos “de fato” o que se passou nos últimos momentos do planeta e como Jor-El e Lara chegam naquela solução que acompanhamos no filme clássico do Superman (1978) em que ele é enviado à Terra.

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A minha opinião sobre “Os últimos dias de Krypton”

Fiquei um pouco desapontada com a narrativa começando com Jor-El ainda solteiro. Seria bem mais interessante se os pais de Kal-El já estivessem juntos e o autor usasse um recurso de flashback. Afinal, já sabemos o final da história, não fez sentido para mim começar do começo. Enquanto lia ficava pensando em que momento ele se apaixonaria, casaria, teria o filho para então o mundo explodir.

Quando finalmente Jor-El e Lara se conhecem, levei um tempo para me dar conta de que ela era a Lara, mãe de Kal-El. Do flerte (discretíssimo) para o casamento e a gravidez as coisas (entre eles) são meio apressadas e desajeitadas até. A história de amor não é bem construída, a gente não “nota”. O romance se passa em poucos parágrafos (e até aqui, arrastados), sem profundidade. Esses encontros ficam sem importância em meio as frustrações do cientista frente a postura do conselho de Krypton.

E essa estória dos projetos serem negados pelo conselho são contadas até a exaustão. Acredito que Anderson quis reforçar o quão retrógrado era aquele conselho, assim como as más intenções do Zod. Ele fez questão de ressaltar a frustração de Jor-El e contou mais de três vezes como ele se sentia por todos os projetos rejeitados ao longo dos anos. Além de como seu pai fora injustiçado, e o quanto ele não era bom para política, diferente do seu irmão Zor-El, que era líder de uma das cidades do planeta.

Enfim. Há um golpe de estado, há uma insistência no pensamento retrógrado que nega a ciência e na burrice de temer o que não se entende. Alguns momentos são até interessantes, como quando eles se deparam com algo totalmente novo, diferente e desconhecido. A reação frente a esse episódio é uma das partes legais do livro.

O modo como as massas tendem a aceitar líderes totalitários quando estão com medo, como o povo tem memória curta e cometem os mesmos erros, de novo e de novo provoca um paralelo com a história da humanidade. Faz pensar. E ao mesmo tempo, o povo de Krypton fica humano demais, chega a ser decepcionante.

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A leitura é muito arrastada. O livro é bem escrito, mas num ritmo que dá sono. Nada acontece, muita coisa se repete, e tem muita encheção de linguiça. Descrições rasas e sem objetivo que tornam a leitura cansativa.

Quando escolhi esse livro para ler, imaginei que ele seria adrenalina pura do início ao fim. Afinal, era para ser os últimos dias de Krypton. Em vez disso, li um monte de histórias paralelas e cansativas. Em um determinando momento até aceitei que não era um livro sobre o Superman e de pura adrenalina. Mas, é muito parado e repetitivo. Nesse ponto o autor pecou muito e estragou uma história que tinha tudo para ser ótima.

Minha nota pra esse livro fica em torno de 2/5 e estou sendo bem generosa.

Alguém aqui já leu, pensou em ler esse livro? Contem aí nos comentários!

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Daniela Mattos
Daniela Mattoshttps://estacaonerd.com.br
Apaixonada por Ficção Científica, indie rock e séries. Louca por livros, Whovian. Aguardo ansiosamente pela minha vez de fazer companhia ao louco em sua caixa azul.