A cena de abertura, já mostra que a produção não está para brincadeira e mostra um pouco da crise que levou a decapitação da rainha Maria Antonieta, acontecimento que acabou, indiretamente, ajudando na ascensão do jovem militar Bonaparte.
A crise que aconteceu no final do século XVIII, é apresentada de modo coeso e bastante realista na trama. A revolta do povo, que clamava por um regime de liberdade política e igualdade de direitos, acaba não sendo muito explorada e serve apenas como pano de fundo e alicerce para a história que é contada pelo roteiro de David Scarpa
O texto de Scarpa tem muito para explorar e faz isso bem. Em especial quando se dedica em analisar o lado estrategista do cine biografado e nas batalhas que ele travou. Dessas, o destaque fica para a última batalha, que é filmada por Ridley Scott de modo ÉPICO, sendo muito bem coreografada e retratada.
Quando o foco deixa de ser o lado militar, o roteiro aborda a vida íntima do general. Essa face mais sensível poderia, e deveria, ser abordada de modo leve, já que Bonaparte era uma pessoa que não tinha um traquejo social dos mais elevados na hora de interagir o sexo oposto
Para completar Napoleão era um conquistador tóxico e possessivo, querendo controlar todos os aspectos da vida de sua amada. Ela também, não foi retratada como uma flor de virtudes. O relacionamento passivo-agressivo do casal, perde um pouco a força devido a alguns furos na trama.