ter, 29 abril 2025

Crítica | Bandida – A Número Um

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Bandida – A Número Um se passa no Rio de Janeiro da década de 80 e acompanha a história de Rebeca (Maria Bomani), vendida pela avó aos nove anos de idade para o homem que comandava a comunidade da Rocinha. Anos depois, em meio à incessante disputa de território entre os bicheiros e traficantes, as dinâmicas de poder do local passam por mudanças, e Rebeca – agora viúva do o traficante-chefe – deve assumir o comando da Rocinha.

O filme nacional de ação dirigido por João Wainer (A Jaula) é primoroso! A montagem usada por Wainer é ágil, hábil e transforma o filme num espetacular vídeo clipe de ação. A fotografia emula a granulagem típica dos vídeos e filmes dos anos 80, levando o espectador a embarcar numa viagem no tempo e imergir no cotidiano de uma das maiores e mais violentas comunidades do Rio de Janeiro daquela época. Para fazer isso a direção mescla imagens reais do local e transforma o espectador em um personagem que está lá presente em todas as ações.

Os temas abordados aqui, são desenvolvidos com esmero e com objetividade. Questões sobre fé e problemas sociais são vistos, mas servem apenas de escada para explorar o principal tema do filme: quem foi Rebeca e como ela chegou ao poder na Rocinha. A trama é dividida em capítulos e essa decisão do roteiro escrito por Patricia Andrade (À Beira do Caminho), Cesar Gananian (A Boca do Lixo), Thais Nunes (Elize Matsunaga: Era Uma Vez um Crime) e pelo diretor Wainer, se mostra acertada. Ao apresentar a história como uma intricada teia de acontecimentos, o roteiro justifica as ações da protagonista, vivida por Maria Bomani (atriz que estreia no cinema e merece todos os elogios possíveis por sua atuação). Tudo o que acontece, faz o espectador entender as motivações da personagem central e o que levou ela a chefiar o tráfico de drogas na Rocinha. A produção acerta o tom e em momento algum romantiza o mundo do crime.

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As atuações são ótimas, Bomani é dona do filme e convence como mulher badass. Milhem Cortaz (Tropa de Elite) constrói um antagonista desprezível e Jean Amorim (Capitães da Areia) possui uma química estrondosa com a protagonista, sendo o responsável por um dos momentos mais tocantes do filme. Natália Lage (Hard) e Wilson Rabelo (Bacurau) emprestam seu talento para construir personagens que ajudam a trama a se desenvolver. Outros destaques são os cenários e figurinos vistos! Tudo relacionado a década de 80 e 90 é reproduzido com perfeição. Além disso, a trilha sonora escolhida é impecável e está repleta de sucessos e canções marcantes, que engrandecem as cenas vistas. A fotografia recria os vídeos dos anos 80 e emula a granulagem dos filmes feitos nessa época. A direção ainda decide em apresentar diversas cenas de longe, inserindo o espectador como testemunha dos fatos, o que dá um ar quase que documental a história, que mescla diversas cenas gravadas com trechos reais.

Se existe uma falha neste filme, ela se encontra no seu último ato que deixa algumas pontas soltas e acontece de modo corrido. Havia tempo para desenvolver e mostrar mais de como Rebeca agia como chefe do crime, mas a produção apenas opta em mostrar como ela chegou lá. Deixando uma sensação de que a produção pode ter uma sequência. O que não é, de todo ruim.

Bandida – A Número Um chega aos cinemas como o melhor filme nacional do ano! O diretor João Wainer constrói um longa frenético, bem articulado e que conta com um talentoso elenco. Assista essa pérola nos cinemas, o quanto antes!

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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