qua, 31 dezembro 2025

Crítica | Anaconda (2025)

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Um grupo de amigos parte para as selvas da Amazônia para filmar um reboot de seu filme favorito de todos os tempos, Anaconda. No entanto, a vida logo imita a arte quando uma anaconda gigantesca com sede de sangue começa a caçá-los.

O retorno da franquia Anaconda em 2025 é uma experiência no mínimo peculiar, afinal de contas a produção original quando foi lançada não gerou muito hippie e só com o passar do tempo se tornou cult, mas as sequências nunca empolgaram. Sabendo disso, a direção de Tom Gormican (O Peso do Talento) tenta criar uma narrativa equilibrada em dois alicerces: apresentar ao público uma produção bem humorada, que brinca com o que foi feito anteriormente, e um terror de sobrevivência. A produção consegue êxito, com louvor, apenas no primeiro ponto.

O roteiro escrito por Gormican em parceria com Kevin Etten (Um Tira da Pesada 4) tem uma crise de identidade pois parece que a dupla buscava objetivos diferentes com a obra. Um deles buscou criar um terror que abusa de situações absurdas, enquanto a outra tentava flertar com a metalinguagem, fazendo referências irônicas ao filme original e aos infinitos remake de sucessos dos anos 90. Essa indefinição resulta em uma história rasa, sustentada conveniências narrativas que surgem do nada, afim de empurrar a trama para o próximo cenário, deixando claro que a narrativa coesa não é a grande prioridade deste filme. Mas isso não é algo que atrapalhe a diversão, só enfraquece o argumento apresentado.

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Mas para a nossa sorte, os realizadores tem um grande trunfo em suas mãos: o carisma de seu elenco principal. ​A química entre eles é ótima e as piadas apresentadas fluem naturalmente.​ Selton Mello (O Auto da Compadecida) , traz uma sobriedade irônica e um “borogodó” brasileiro que funciona bem. Jack Black (Escola do Rock) e Paul Rudd (Vingadores: Ultimato) abusam do carisma afim de construir uma relação de amizade crível e os diálogos da dupla soam genuinamente honestos, e divertidos.

Por fim, a cobra do título surge aqui e ali em um CGI que é correto. As cenas que precedem os ataques são bem tensas e realmente assustam, mas é inegável que a Anaconda é uma coadjuvante em seu próprio filme. A produção dá pouco espaço para a serpente, economizando em cenas de ataque para focar no humor.

No fim das contas, Anaconda (2025) é um filme que surpreende ao trocar o terror pelo humor e apresenta uma nova roupagem para uma produção original não tão memorável. Uma grata surpresa.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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