sáb, 23 novembro 2024

Crítica | Porta dos Fundos: O Espírito do Natal 

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O mês de Dezembro chegou e com ele vem o especial mais aguardado do ano. Não estamos falando do especial de fim de ano do Roberto Carlos, mas sim do especial de fim de ano do Porta dos Fundos. A nova produção que estreia 21 de Dezembro no Paramount+, virou uma tradição para os fãs do canal. A nova produção, intitulada de O Espírito do Natal, é a primeira que não tem como foco a religião e mas sim o gênero terror, contando a história de um grupo de amigos que decide passar um feriado em uma cabana isolada no meio da floresta. Tudo corre dentro do esperado, até que, então, “coisas estranhas” começam a acontecer. Criado por Fábio Porchat e Jonathan Marques, o espírito do bom velhinho vai acabar se revelando não tão bonzinho assim. 

90% das produções natalinas apostam em apresentar mensagens fofas sobre família, amor e união. O Espírito do Natal vem para ousar e aposta suas fichas no politicamente incorreto para chocar o público apresentando um grupo de pessoas que mata o Papai Noel na véspera de Natal. A produção dirigida por Rodrigo Van Der Put (Teocracia em Vertigem) reúne todos os elementos do terror trash, que já vimos e vemos no cinema. Tudo isso é colocado em cena de modo orgânico durante os 35 minutos de produção. O foco aqui não é parodiar as situações já vistas em outros filmes de terror, mas sim gerar tensão com as diversas situações criadas pelo roteiro escrito por Fábio Porchat (Entre Abelhas) e Jonathan Marques (Desfocados – O Outro Lado da História). O humor existe, mas ele é apresentado de modo discreto sendo focado nas reações do elenco em torno da situação absurda que eles precisam enfrentar para sobreviver.

Além disso, Van Der Put consegue inserir bem os elementos de terror que são homenageados/referenciados. Temos enquadramentos e recriações de cenas do terror que vão tirar um sorriso do rosto dos fãs. A direção e o roteiro escolhem formas criativas de eliminar o grupo de amigos. Esmagamentos, facadas… Tudo que você imaginar é usado de modo convincente, e bem violento, para tirar a vida dos personagens. As cenas que envolvem violência são bem feitas e apostam no gore para divertir o público.

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Se existe alguma falha na produção, é o tempo que a obra tem. São muitos personagens, histórias que poderiam ser aprofundadas e melhor desenvolvidas mas que por causa do tempo não são. A possível relação entre os personagens de Raphael Logam (Impuros), Thati Lopes (Esposa de Aluguel) e Evelyn Castro (Tô Ryca 2), a desconfiança do personagem de Rafael Portugal (Juntos e Enrolados) em torno da situação… A sensação que fica é que o especial poderia ter um tempo de projeção maior, por ter material para isso.

O Porta dos Fundos em O Espírito do Natal consegue usar um banho de sangue para passar a mensagem de que com o Natal ninguém brinca! Que venha o próximo especial do gênero. Assistam essa produção, matem sua sede de sangue e tenha um Feliz Natal!

CONFIRA NOSSA ENTREVISTA COM FÁBIO PORCHAT

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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