Caixa Preta (Black Box) é o segundo filme da antologia de terror intitulada Welcome to the Blumhouse. O primeiro foi Mentira Incondicional, os filmes estrearam para as comemorações do Halloween e para agradar os fãs dos filmes de terror/suspense. O longa conta a história de um homem que após um acidente, perdeu a esposa e a memória. Ele então decide passar por um tratamento experimental que o faz questionar sua realidade.
O funcionamento da mente humana é um dos mistérios mais instigantes que existem “neste mundo de meu Deus” e sabendo disso o diretor estreante Emmanuel Osei-Kuffour usa a mente humana como plano de fundo para mostrar as angustias e dores de um homem que não sabe mais o que é real. Com essa proposta Osei-Kuffour cria uma atmosfera aterrorizante, numa trama digna da série Black Mirror. Porém se o terror causado pela situação funciona de modo”objetivo”, o roteiro escrito por Stephen Herman, Wade Allain-Marcus (Atraídos pelo Crime) e pelo diretor Osei-Kufforur é bastante intricado e complexo. Necessitando que o espectador esteja muito atento, pois os detalhes fazem a diferença nesse filme. Para tentar ajudar o espectador a fotografia da produção usa o seguinte artifício: nos momentos “reais” temos uma fotografia esverdeada/alaranjada, quando entramos na mente do protagonista a fotografia fica azulada/alaranjada. Essa sutileza de detalhes enriquece a trama e ajuda o espectador a se situar nesta obra que não é tão simples.
Porém, o suspense gradativo da trama se perde após o segundo ato. Fica a sensação que o diretor esgotou todas as suas ideias que o roteiro tinha para nos chocar com o seu terror psicológico e acaba embarcando se perdendo no fim. Mesmo com esse deslize, o saldo ainda é positivo. (Não posso detalhar as situações que o longa apresenta para não dar spoiler, mas a sacada do diretor para o plot twist é genial). As atuações são seguras e convencem. O destaque do filme é Mamodou Athie (Loja de Unicórnios) que rouba as cenas com sua ótima atuação.
Caixa Preta é a estreia de um diretor cheio de potencial, que consegue construir um universo chocante, mas que perde a mão no ato final. Um bom suspense, mas está longe de ser memorável.