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    Crítica | Justiça em Família

    SWEET GIRL (L-R): ISABELA MERCED as RACHEL, JASON MAMOA as RAY COOPER. CLAY ENOS/NETFLIX © 2021
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    A Netflix todo mês resolve lançar um astro em algum filme de ação genérico, afim de que a obra seja um estouro e assim possa criar uma franquia em cima da trama. Já estrelaram obras do gênero no streaming os atores: Karen Gillan (Gunpowder Milkshake), Chris Hemsworth (Resgate) e Liam Neeson (The Ice Road), os dois primeiros conseguiram um certo sucesso e seus filmes originais vão ganhar sequências. Veremos em breve: Mary Elizabeth Winstead no filme Kate e Jennifer Lopez no longa Mother. Entrando nesta galeria da Netflix, temos Jason Momoa (Aquaman) estrelando Justiça em Família (Sweet Girl) que é um filme de ação com uma trama… adivinha? Genérica, e com um bônus: extremamente cansativa.

    SWEET GIRL, Isabela Merced as Rachel Cr. Clay Enos/NETFLIX © 2021

    O devotado homem de família, Ray Cooper, jura fazer justiça contra a gananciosa empresa farmacêutica responsável por retirar do mercado um medicamento que poderia ter salvo a vida de sua esposa. Sua busca pela verdade incomoda forças poderosas e coloca Ray e sua filha Rachel em perigo. Logo, sua missão se transforma em uma busca por vingança guiada pelo desejo de proteger a única família que lhe resta. O filme tem boas intenções, sua trama tenta construir uma crítica ao mundo amoral das empresas farmacêuticas que visam apenas o lucro, além de mostrar a triste realidade do sistema de saúde americano que deixa muito a desejar e pode levar a falência quem precisa de cuidados médicos e não possui uma boa reserva financeira. O roteiro escrito pelo trio Will Staples (Sem Remorso), Philip Eisner (Event Horizon) e o estreante Gregg Hurwitz começa bem e até consegue gerar empatia pela situação que a família passa, mas ato a ato a trama vai se arrastando em uma narrativa cansativa. Esse cansaço se deve pelas quase duas horas de produção e pela trama pouco convencional, que aposta suas fichas em um mix de gêneros, que funcionam isoladamente, mas que não fluem de modo orgânico. Ok, existem acertos: a história nos entrega um herói que falha, suas ações tem consequências e ele até se machuca (milagre). Ver todos esses elementos numa obra de ação é raro, é o roteiro tenta a todo custo manter a obra com os pés no chão, o que é algo positivo.

    SWEET GIRL: JASON MAMOA as RAY COOPER. CLAY ENOS/NETFLIX © 2021

    Mas ao mesmo tempo que consegue manter as cenas de ação longe do extremo absurdo, a trama embarcar em situações secundárias extremamente desnecessárias e que com o tempo levam a uma série de reviravoltas (a final é a mais absurda e sem sentido do ano) que podem ser muito frustantes. No fim, o que resta é pena pelo empenho da dupla protagonista. Eles se doaram para isso? Descrever o que acontece no fim dessa obra é estragar, ainda mais o filme. A direção do estreante Brian Andrew Mendoza é competente dentro da proposta, mas peca pela pouca inventividade e principalmente por nunca conseguir dar um grau de urgência a situação que vemos. As cenas de ação são corretas, mas ocorrem sem empolgar. Todo o elenco se empenha em construir personagens interessantes, mas o roteiro oferece muito pouco. Jason Momoa usa de todo seu carisma para comover e convencer como ator de obras que precisem mais do que apenas músculos, mas é completamente ofuscado, pelo destaque da trama que é Isabela Merced (Sicário: Dia do Soldado) que rouba as cenas. Pena que o esforço de ambos, no fim não é recompensado. Mas acredite, sem eles o filme poderia ser pior!

    Justiça em Família é mais um filme genérico de ação da Netflix, que escolheu um caminho estranho para contar uma história aparentemente simples sobre vingança. É uma pena, os elementos para um bom filme estavam diante de todos, pena que não souberam usar. Que a Netflix tenha mais sorte com o próximo ator/atriz de ação!

     

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