dom, 22 dezembro 2024

Crítica | Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo

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Rebel Moon começa na borda da galáxia, quando uma colônia pacífica é ameaçada pelos exércitos do tirânico regente Balisarius. A colônia então envia uma jovem chamada Kora para procurar guerreiros de planetas vizinhos para ajudá-los na resistência. A produção conta com direção de Zack Snyder (Batman vs Superman) que também escreveu o roteiro junto com Kurt Johnstad (300) e Shay Hatten (Army of the Dead: Invasão em Las Vegas).

Como diretor é inegável que Zack Snyder é talentoso e que produz bons filmes, em especial, os que exploram a ação. Mas como roteirista Snyder deixa muito a desejar. Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo é um roteiro escrito a seis mãos, que mais parece um rascunho descartado pela Disney do universo Star Wars. O que poderia ser uma franquia focada em novas histórias intergaláticas e conceitos, se apresenta apenas como uma colcha de retalhos do que já vimos em qualquer produção feita por George Lucas.

Todos os personagens apresentados são unidimensionais, durante mais de 120 minutos ouvimos: “tal personagem é isso e aquilo, não sei quem é assim e assado…” mas nada disso é apresentado, nenhuma sombra de personalidade é mostrada. O que dificulta muito a vida do espectador em se importar com alguns deles durante a jornada vista. O grupo de heróis apresentado, sofre com um grande problema durante a trama e ele não é o vilão malvado e unidemensional que em momento algum põe medo. O problema é a falta de química entre os atores. Sofia Boutella (Atômica), Charlie Hunnam (Papillon), Djimon Hounsou (Gran Turismo) são alguns dos atores que isoladamente até funcionam bem, mas quando interagem entre si ou com os demais, não conseguem passar a ideia de unidade, grupo de rebeldes ou de equipe.

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Mas se o grupo de personagens é desinteressante, o universo visto é melhor apresentado, né? Infelizmente não. O planeta onde começa a história tem apenas uma vila e pronto. Essa é a construção apresentada. De lá, a heroína já parte para outros planetas e para outros sistemas em busca de aliados. Sistemas e planetas tão desinteressantes e mal explorados quanto o primeiro. A sede de Snyder em expandir seu universo, sem ter uma base minimamente bem desenvolvida e que sirva de sustentação é o grande vilão da história. Além disso, toda a trama é apresentada de modo muito dramático e sério, o que dificulta ainda mais o interesse do espectador na história.

De positivo resta o uso consciente do CGI e da tela verde, que se não são espetaculares, em todos os momentos, pelo menos são bem apresentados. A fotografia, usa diferentes tons para situar os diferentes locais onde a história se passa e também merece um destaque. As cenas de ação, que poderiam ser um diferencial, são apenas corretas. Mas deixam a desejar na violência apresentadas. Vemos lutas e mais lutas onde personagens morrem, mas nenhuma gota de sangue é derramada. Algo que deve estar relacionado com a classificação indicativa da obra. O uso excessivo de câmera lenta, em 90% das cenas, mais atrapalha do que empolga, apenas em uma cena o efeito é bem usado e atinge o objetivo desejado.

Rebel Moon – Parte 1: A Menina do Fogo é um blockbuster inofensivo e genérico, que acredita fielmente que está inovando, quando na verdade está a anos luz de distância de fazer isso. Basta agora aguardar o que a sequência intitulada Rebel Moon – Parte 2: A Marcadora de Cicatrizes, que será lançada em 19 de abril de 2024 na Netflix, reserva para nós.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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