James Earl Jones se tornou um com a Força. É praticamente impossível não associar a icônica saga Star Wars à magnificência de seu personagem mais influente, o antagonista Darth Vader, estampado na maioria das peças publicitárias sobre a franquia e um verdadeiro ídolo entre os fãs mais antigos e até dos mais jovens do universo criado por George Lucas. É difícil imaginar um Vader sem a marcante voz de Earl Jones, que talvez tenha sido o maior responsável pela eternização do personagem.
Mas, não foi somente dos filmes e séries da franquia Star Wars que viveu o grande James Earl Jones, uma das maiores referências em atuação e dublagem da história do entretenimento.
Filho da professora Ruth Williams e do ator e boxeador Robert Earl Jones, James frequentou a Universidade de Michigan, onde se formou em pré-medicina e entrou para o serviço militar, mas logo descobriu que não queria seguir a profissão de médico. Na mesma instituição, se formou como bacharel em artes com especialização em drama, em 1955. Foi em 1958 que o jovem Earl Jones começou a mostrar seu talento nos palcos da Broadway.
Tendo sua carreira artística se iniciado no teatro, Jones se especializou em obras de Shakespeare e outros atores renomados, como Howard Sackler (The Great White Hope) e August Wilson (Fences), vencendo dois Tony Awards pelas atuações nessas duas últimas peças. Um de seus papéis de maiores prestígios no cinema foi a adaptação de “The Great White Hope” (A Grande Esperança Branca, no Brasil) para as telonas, em 1970, o que lhe rendeu uma indicação ao Oscar de Melhor Ator.
Sua migração do teatro para o cinema já foi em grande estilo ao atuar no clássico de Stanley Kubrick “Doutor Fantástico”, de 1964, abrindo as portas para o sucesso. Alguns de seus papéis de destaque nas telonas são os do vilão Thulsa Doom em “Conan, o Bárbaro” (1982), do Rei Jaffe Joffer em “Um Príncipe em Nova York” (1988), do Almirante Greer em “A Caçada ao Outubro Vermelho” (1990), em “Jogos de Guerra” (1992) e “Perigo Real e Imediato” (1994).
É preciso destacar que, sem sombra de dúvidas, foi na dublagem de dois grandes ícones do cinema que James Earl Jones se eternizou como uma das vozes mais poderosas e marcantes da sétima arte. Como foi dito no início deste texto, é praticamente impossível falar da saga Star Wars sem lembrar do vozeirão assustadoramente penetrante de Darth Vader. Jones pode não ter vestido a armadura, o capacete e a capa do vilão mais importante do universo concebido por George Lucas, mas a alma do personagem só existe graças ao exímio trabalho de dublagem que serviu de inspiração para muitos atores e atrizes de voz. A mesma força da atuação é existente no clássico Disney “O Rei Leão”, onde Jones interpretou Mufasa, carinhoso pai do protagonista Simba, transmitindo total serenidade e liderança que um verdadeiro Rei precisa ter.
Ao longo de uma próspera carreira de quase 70 anos, James Earl Jones conquistou importantes prêmios da indústria do entretenimento. Foram dois Emmy Awards, dois Tony Awards e um Grammy. Jones também recebeu um Globo de Ouro e o Screen Actors Guild Life Achievement Award. Em 1992, o ator foi premiado com a Medalha Nacional das Artes pelo presidente dos Estados Unidos daquela época, George W. Bush, e em 2019, homenageado como uma lenda da Disney. Vale também destacar o Oscar honorário que o artista recebeu em 2011, pelo conjunto da obra.
James Earl Jones faleceu em sua residência em Nova York, nesta última segunda-feira (09/09), aos 93 anos, deixando um grande legado. Sua voz ecoará para além de galáxias muito, muito distantes.