qua, 1 maio 2024

Crítica | Chama a Bebel

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Bebel é uma jovem cadeirante que mora com a mãe e o avô no interior. Para continuar seus estudos, ela acaba se mudando para a cidade grande, onde novas adversidades passam a fazer parte de sua vida, começando com sua tia Marieta. Na escola, seu engajamento nas questões ambientais faz com que rapidamente ela exerça uma certa liderança. No entanto, um poderoso magnata local não gosta nem um pouco desse ativismo a favor do meio ambiente na sua região.

O filme Chama a Bebel, dirigido e escrito por Paulo Nascimento (A Oeste do Fim do Mundo) tem a proposta de abordar temas como inclusão e sustentabilidade, com uma linguagem voltada para os jovens. O resultado, no geral, é positivo. A trama insere as questões citadas, sem muito rodeios e com bastante objetividade. O problema dessa escolha para a narrativa é a intensidade com que as situações são vistas. Em especial, as que envolvem questões a sustentabilidade. Todo fio narrativo relacionado a essa temática é explorada de modo muito intenso e com ferocidade, algo que em alguns momentos pode soar exagerado e até grosseiro. Afinal o objetivo do filme é mostrar ao público jovem como esse tema é importante e não condenar as pessoas que ainda, infelizmente, não possuem uma visão sobre o tema. Como a trama é apresentada pela ótica da protagonista, parte dessa intensidade pode ser atribuída pela paixão da personagem central da história. A narrativa só não se torna exagerada, graças ao talento e carisma de Giulia Benite (Turma da Mônica: Laços) que consegue trazer um frescor na abordagem do texto, bem escrito, de Nascimento.

O preconceito que a protagonista sofre aparece em diversos momentos na trama, sendo vistos principalmente no primeiro ato da história. Vemos diversas ações e atitudes deploráveis de outros personagens com a protagonista, que são apresentadas de modo crível, mostrando como a vida de uma pessoa com deficiência é difícil. Outros problemas relacionados a acessibilidade são vistos de modo mais sutil e com o tempo essa temática, acaba sendo deixada de lado. O que acaba sendo inverosímel com a realidade e pode decepcionar. A montagem, que dá dinâmica, a história e a trilha sonora são outros destaques técnicos do filme.

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Além de Benite, se destacam na história as atuações de Flávia Garrafa (O Candidato Honesto) que vive uma personagem pra lá de detestável e Gustavo Coelho (Manhãs de Setembro) que consegue se impor em suas cenas. O restante do elenco cumpre bem suas funções narrativas. A direção dá espaço para que o elenco interaja e brilhe em suas cenas, sendo uma pena que o grupo de jovens, só venha a interagir mais no último ato do filme, que é o mais descontraído de toda a história e mostra, infelizmente, como funciona a justiça em nosso país.

Chama a Bebel é um filme infanto-juvenil que trata sobre sustentabilidade de modo sério e com bastante lucidez. Um filme nacional que deixaria a jovem ativista Greta Thunberg, um dos nomes mais famosos no mundo na defesa do meio ambiente, pra lá de orgulhosa.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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