ter, 30 abril 2024

Critica | Megamente VS Sindicato da Perdição

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O filme Megamente, lançado em 2010, marcou uma importante fase para a DreamWorks, que, até então, vivia um grande momento de sua produção. No entanto, após o encerramento da bem-sucedida franquia Como Treinar o Seu Dragão, a empresa enfrentou desafios para manter seu prestígio. Embora não tenha produzido apenas filmes ruins, como por exemplo, Gato de Botas 2 e Os Caras Malvados, a DreamWorks tem enfrentado dificuldades em alcançar o mesmo sucesso de bilheteria de anos anteriores. É notório que a empresa tem buscado se reerguer, e parece que está tentando retomar seu lugar de destaque no cenário cinematográfico. Uma estratégia adotada é reviver personagens e histórias de sucesso do passado, como é o caso de um possível novo filme do Shrek e Megamente.

Este retorno não apenas visa capitalizar a nostalgia e o carinho do público por personagens já conhecidos, mas também representa uma tentativa de resgatar a “fórmula” de sucesso que a DreamWorks uma vez dominou. Algo que podemos observar como uma tendência não apenas da DreamWorks, mas da própria indústria hollywoodiana. Além disso, é importante considerar que a indústria do entretenimento é extremamente competitiva, com novas tendências e expectativas do público em constante evolução. Diante desse cenário, é compreensível que a DreamWorks busque reafirmar sua relevância por meio de produções que possuam apelo comercial, como é o caso de Megamente.

O primeiro Megamente é caracterizado por uma abordagem divertida e vintage do heroísmo e do vilanismo, apresentando a clássica disputa entre o bem e o mal, na qual o mal, invariavelmente, sai perdendo. Esta dinâmica é retratada de forma caricata, remontando às primeiras histórias de super-heróis na televisão, que são marcadas por essa nítida dicotomia entre bem e mal. Independentemente dos planos e estratégias elaborados pelos vilões, o bem sempre prevalece. O filme de 2010, protagonizado pelo cabeção azul, explora muito bem todos os estereótipos desse subgênero de forma leve e engraçada. Ao adotar uma abordagem satírica, o filme não apenas se beneficia da nostalgia associada a esses tropos clássicos, mas também os subverte de maneira criativa e envolvente.

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Contudo, nesta sequência, tudo o que testemunhamos no filme anterior é dissipado. Megamente Vs Sindicato da Perdição parece mais um episódio genérico de um desenho infantil, cujo único propósito é preencher os números de episódios por temporada, do que um filme com “ideias”. Quando menciono ideias, refiro-me não somente a ideologias e morais, mas a própria noção de entretenimento. Megamente VS o Sindicato da Perdição uma obra carente de “propósito”, algo que também percebi em Kung Fu Panda 4, outro filme da mesma empresa. Parece que estão mais preocupados com o peso do nome que carrega o título do filme do que em construir uma narrativa divertido e empolgante.

Tanto em Megamente 2 quanto em Kung Fu Panda 4, encontramos filmes que, ao mesmo tempo que parecem apressados, também demonstram uma falta de apreço por si mesmos. Ao assistir a esses filmes, não se sente absolutamente nada; não há risadas, emoções ou entusiasmo algum. É como se os realizadores estivessem simplesmente cumprindo uma obrigação, em vez de se dedicarem a criar algo genuinamente cativante e gostoso para o público.

Esta ausência de envolvimento e conexão com o público é decepcionante considerando o potencial dessas franquias e o talento por trás delas. Parece que Megamente VS Sindicato da Perdição é um filme sem paixão, tanto por si mesmo quanto pelo próprio espectador. A animação é desajeitada, travada, com uma história que parece ter sido concebida por inteligência artificial, e um formalismo visual genérico e estático que não condiz com a dinâmica que o filme (tentou) oferecer.

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Caique Henry
Caique Henryhttp://estacaonerd.com
E aí, galera! Eu sou o Caique Henry, um amante da arte que adora dar uns pitacos sobre cinema. Loucamente apaixonado pelo cinema de gênero, posso ser considerado o crítico de cinema mais legal do país.
O filme Megamente, lançado em 2010, marcou uma importante fase para a DreamWorks, que, até então, vivia um grande momento de sua produção. No entanto, após o encerramento da bem-sucedida franquia Como Treinar o Seu Dragão, a empresa enfrentou desafios para manter seu prestígio....Critica | Megamente VS Sindicato da Perdição